17 de mai. de 2007

PUTAS

Andei pensando muito nelas e delas nos últimos tempos...

Tempos em que político eleito, faz feio ofendendo mulheres que, em parte, esperavam dele defesa para as minorias.
Sim, porque um grupo esperava dele algo e, deve haver mulheres dentre os membros deste grupo. Ou não? Bom, isto é assunto para outro post...

Tempos em que elas são matéria de revista feminina (TPM do mês de maio), sorridentes no discurso “SOU E DAÍ?”, e como a prole posa junto para o fotógrafo, a legenda é “ELES SABEM E NÃO SE ENVERGONHAM”...

Tempos em que, finalmente, tive tempo de por a leitura em dia, e no blog da Rosely Sayão ver uma discussão interessantíssima sobre como o “amor” é descoberto e rapidamente banalizado pelos jovens.

Com tanto tempo, foi impossível não refletir sobre a hipocrisia da sociedade em que chamar alguém pelo nome de quem “vende prazer” é ofensivo e fazer parte da sociedade em que se vende a alma (e com ela o amor próprio, as crenças e dignidade) pela satisfação instantânea das suas vontades não o é.

É engraçado perceber como as pessoas não escondem mais o interesse pelo fútil, a atração pelo grotesco ou ainda, o que é bem pior, as pessoas não se importam com o bem estar umas das outras.

É essas coisas estão aí faz muito tempo e pode parecer estúpido que a essa altura dos acontecimentos alguém ainda se mostre espantado com isso, mas... Será que todos nós realmente precisamos participar disto??? Não há escapatória, para sobreviver é preciso se tornar... ISTO?

Somos todos umas putas, mas não daquelas velhas que o tempo encarregou de se tornarem sabedoras das coisas da vida e dos relacionamentos mais do que qualquer outro. Daquelas cujas cicatrizes fizeram respeitar a dor alheia.

Somos putas daquelas jovens, que cobram barato, algumas vezes não conseguem receber e muitas outras ainda voltam pra casa espancadas e humilhadas, sem conseguir o que queriam. Daquelas que se entorpecem para sobrevivendo e convivendo consigo mesmas.