26 de mar. de 2006

Normalidade... Medo... Controle... Lucidez... Fé...

As vezes as coisas se tornam mais assustadoras do que é possível suportarmos sozinhos, mesmo para aqueles que enxergam na independência algo fundamental para a realização pessoal.

Não há nada mais estúpido que achar que dividir com alguém pode ser privação da sua independência/autonomia, mas enfim, cada um com a sua respectiva parcela de estupidez compartilhada pela humanidade. Um dia eles aprendem, eu não perdi a fé...rsrs

Saber pedir ajuda não é tão fácil quando parece, principalmente quando se têm a crença que pouco ou nada vão por você.

De repente, a fragilidade da vida se mostra com muita intensidade, e todos passam a se sentir vitimas de um fato concreto, para o qual não há explicação de origem, motivo e menos ainda horizonte de reversão.

Há pouco tempo vi alguém próximo adoecer e falecer. Era um idoso. E vi também a resignação entristecida da família, que vem tentando voltar à rotina e normalidade, depois de tudo acabado (só começou, mas deixa eles pensarem assim, cada verdade a seu tempo, para cada pessoa...)

Pensei na velhice.
Pensei no quanto tinha medo de envelhecer quando era criança (?!?!?!?!?!).
Pensei que devíamos fazer como os elefantes, que vão pra longe dos seus quando sabem que chegou o fim da vida, porque aquilo tudo que tinha presenciado era muito triste. Um final medíocre demais para uma vida tão cheia de realizações...
Pensei mais um bocado de coisas...
Pensei nas frases dos sábios para o conforto daqueles que sofrem pelo inevitável correr do tempo (e como corre o tempo!!!) e da vida.
Pensei mais uma ou outra coisa que não faziam o menor sentido.
Pensei tanto que pensei que o problema e a dor não estavam no envelhecer, mas no adoecer...
Pensei:
E quando quem adoece é jovem ainda?
E quando a doença é da alma e não do corpo?
E quando você procura causas e explicações que ninguém pode lhe dar?
E quando te disserem que não há cura?

Tantas perguntas! Ainda sem respostas... Ainda sim, eu não perco a fé!

13 de mar. de 2006

A eternidade está contida no momento do encontro de duas almas...

O que são os sentimentos além da visão que sua alma tem quando consegue escapar de trás da sua máscara?
Se os objetos de observação dos teus olhos mudam a todo instante por que seria diferente com as percepções da alma?
As juras de amor eterno são desde o princípio artifícios de ilusão de ótica...
Por que se atrelar a prisão de sempre ser o mesmo, sempre enxergar o mesmo, sempre sentir o mesmo?

Não quero dizer com isso que não exista o amor ou que ele não possa durar... Só que ele não é assim tão constante (e de preferencia em sentido ascendente ) quanto sugere a crença corrente.
O amor por vezes amadurece e torna-se quase tátil de tão sólido e por tantas vezes ele vai se perder, se esvair em cada desencontro (que por vezes tem justamente o efeito contrário) e em cada desilusão...E talvez você um dia descubra que o próprio amor que achava que sentiu não passava de ilusão, sim ele próprio seria a ilusão e não somente suas juras...as juras somente a extensão de um grande equívoco...

A eternidade do amor está contida no encontro... não nas juras e promessas, nem nas convicções construídas cuidadosamente afim de satisfazer nossas carências, menos ainda nas conveniências que acabaram selando acordos... (e aqui não falo dos acordos silenciosos, aqueles que acontecem entre as almas, falo daquilo que pode ser visto pelos olhos um pouco puxados herdados da mamãe: "preciso de companhia", "preciso de alguém que me dê segurança", "preciso de alguém que me diga que sou bom/boa o suficiente, já que não trago esta certeza comigo").

A eternidade do amor está contida no momento... na troca de olhares... em sentir o corpo vibrar ao som da voz de alguém, no riso que brota maroto...lembranças do último encontro..., e sentir-se querendo bem até mesmo quem sabidamente nos quer muito mal...

A eternidade do amor está contida na vontade de ser uma pessoa melhor, na crescente confiança em si mesmo...e porque não confiança no outro? (rsrsrs...mensagem subliminar)

Amor, Meu Grande Amor

Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada
Assim como as canções, como as paixões e as palavras
Me veja nos seus olhos, na sua cara lavada
Me venha sem saber se sou fogo ou se sou água
Amor, meu grande amor, me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente
Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça
E quando me quiser que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor,porfavor,me reconheça
Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho desde o fim até o começo....

Na voz do BARÃO VERMELHO,
Música de Angela RoRo e Ana Terra