28 de mar. de 2010

Adeus...

Senti a urgência de te escrever. Comecei a rabiscar num papel mesmo, depois me dei conta que o modo antigo, assim em papel com a letra em garrancho revelando bem mais do que as palavras, não daria conta da minha urgência.


Não consigo entender se se deu conta do que está fazendo.
Qual foi  parte do que te disse outro dia você não entendeu? Não lembra? Disse que teu direito a sinceridade, a dizer a verdade, não te dá o direito de ser cruel. Tuas palavras foram cruéis com ela, muito cruéis.
Julga as pessoas tão tolas que seriam incapazes de entender o que quis dizer?


Na tua ânsia em expor assim em público suas dores e dúvidas, acabou permitindo a ela livre leitura e interpretação dos seus sentimentos e ainda livre acesso de todos as dores que agora são dela.


Queria que soubesse, sebem que acho que sabe sim, que não concordo com o que fez, não concordo com o que disse. Perder TUDO em troca de pouco ou coisa alguma NUNCA vai valher a pena.


Você pode não acreditar que seja por tão pouco que tudo arrisca. Mas acredite em mim com uma fé que nunca se permitiu ter em alguém: NÃO VALE A PENA!


Pelas bebedeiras e noites insanas, pelo amanhecer na cama de desconhecidos, pela loucura arraigada em cada uma das minhas palavras ditas ou escritas.


NÃO VALE A PENA!






Pela facilidade com que troco de amores, pela minha frieza ao lidar com dores, as minhas e as dos outros, pela inocência que você amava a muito perdida.


NÃO VALE A PENA!


Li outro dia: "Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer." pensamento atribuído à Carlos Drummond de Andrade.


Foi enviado como um elogio a mim como mulher, lembro de ter pensado na ocasião "Sexista, machista"... Agora penso que devo bem ser uma destas mulheres mesquinhas e manipuladoras, uma como estas que inspiraram o poeta. Mas estou corrigindo agora este rumo.


Não consigo entender o que te levou a esta atitude.
Não consigo entender o que nas minhas atitudes te levou a pensar assim.
Nem consigo entender bem o porquê, mas estou me afastando.
Não posso dizer que dói mais em mim, porque não sei medir a dor do outro... nem mesmo a sua... e não me permito sentir, mais uma vez, esta dor.


Adeus!