1 de mar. de 2005

"Elexir, dervixes..e afins"

Em meio ao caos tudo acontece, tudo pode acontecer.
Em meio aos copos, junto com eles ou sem eles.
Entre as conversas, e que conversas!
O que não é dito, e o que é dito.
Tudo o que se quer dizer e não se diz, tudo o que se quer fazer e não se faz,
Tudo o que se vê e não se vê, ou se vê sem querer.
Em meio ao caos dos copos tudo é visto de maneira diferente,
o importante é não entorpecer a alma, e deixá-la livre para fazer o que quiser.

"ei garçom traz um copo pra mim?.... sim mais um chopp..."
"na proxima tequila, pode me chamar... eu to com vc. Vc aceita a minha companhia...?"
"hahahahha.. agente vê quem bebe mais rapido?.... "
"hahahahaha"

... talvez beber nao seja tao mal, assim
talvez a bebida seja um equilibrio entre veneno e antidodo, talvez seja um meio em si e nao o fim, mas meio para que e para o que...


reza a lenda e o mito (visao pessoal) "os dervixes procuravam entrar em harmonia com o movimento dos astros , induzindo -os a um estado de êxtase místico. O movimento circular certamente era - e é - uma ajuda incalculável para a consumação da embriaguez mística. Os mevlevis, (ordem sulfista) acreditavam que não era contemplando, mas sim participando do rodopio dos céus, que o dervixe atingia a sua mais completa união com a divindade.
No Sema, o movimento giratório não é, em sua projeção mental, o estabelecimento de círculos concêntricos. É, antes, uma espiral a ser percorrida pelo dervixe, que o irá lançar-se frente a frente com o infinito. O momento mais dramático da cerimônia é, provavelmente, durante o 6/8 final (yuruk semai), quando todos os dervixes rodopiam freneticamente. A música cessa, mas os dervixes, em seu estado de êxtase, continuam as voltas silenciosas. ... Nos tempos áureos das atividades dos dervixes, a execução do Sema costumava deixá-los por muitas horas e até muitos dias no recolhimento dos rodopios. Pouco a pouco voltavam por si sós; para eles, que tinham sido iluminados e conheciam o que não é dado a qualquer um conhecer, era expresso o dever da volta, a fim de que pudessem orientar e auxiliar o povo.
A dança, para o dançarino, é uma experiência física e não puramente estética. As vibrações neuromusculares produzidas pela dança levam a vários estágios de auto-intoxicação e fazem com que seus efeitos sejam semelhantes aos resultados fisiológicos do prazer. Mas o homem ocidental geralmente não percebe intuitivamente nem o significado e nem o peso do prazer religioso. Em muitas culturas primitivas e mesmo em níveis médios de civilização, os prazeres físicos contêm freqüentemente significado religioso. De particular interesse é a crença primitiva que dançar até a incosnciência faz do corpo humano o abrigo ideal para um deus, como é o caso do vodu.
O êxtase religioso tem, como uma das suas características, a capacidade de obter um estado de afinamento com os ritmos, movimentos, "respirações" ou "ver" Deus. Diversamente do iogue que, por intermédio de práticas respiratórias e meditativas, atinge um nível de consciência superior que o capacita a harmonizar-se com a energia vital em estado não-manifestado, o dervixe, por intermédio da excitação emocional, da poesia e, finalmente, pelos repetitivos movimentos giratórios do Sema, entra em comunhão com o universo. O ritual dos dervixes dançarinos é visto por eles mesmos como "uma determinação metafísica do movimento das esferas".



Na alquimia ocorre a transmutação da matéria e do espírito ao mesmo tempo.A transmutação de qualquer metal em ouro, o elixir da longa vida são na realidade coisas minúsculas diante da compreensão do que somos.A Alquimia é a busca do entendimento da natureza, a busca da sabedoria, dos grandes conhecimentos e o estudante de alquimia é um andarilho a percorrer as estradas da vida.Antes de tudo a alquimia é uma arte filosófica, uma maneira diferente de ver o mundo. Não podemos, no entanto, separar o material do espiritual, uma vez que na Terra estamos encarnados em um corpo, onde um sofre influência do outro, pois na realidade tudo é uma coisa só, uma unidade, o ser humano. Na alquimia ocorre a transmutação da matéria e do espírito ao mesmo tempo. O alquimista adquire conhecimentos irrestritos da natureza, se pondo em um ponto especial de observação, vendo tudo de maneira diferente.

"Tudo me é permitido porém nem tudo me convém.... a natureza toda busca o equilibrio, estabilidade... e vc esta em busca do que..? quando vc será feliz ? Ta marcando data, pra dizer " eu serei feliz quando arranjar um emprego novo..

"ei amigo... vai mais um chopp?"
" nao hoje não ... tenho que chegar cedo em casa...."
"mas o que aconteceu, pra vc ir embora tao cedo?....
"hahhahahhah tem alguem me esperando...ahahhahahahahah"

"Freedom it's just another word for nothing left to loose"
... entorpecimento em doses homeopáticas, bebida só com moderação, mas amor...este só é vivido se for intensamente!

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixar viver e não entorpecer a alma.

Adorei o texto!
------------------------------

Dançar é exatamente isto, conexão.
É se desconectar deste mundo, de forma quase inconsciente e descontrolada.

É um deixar-se conduzir até o infinito sem ter jamais tirado os pés do chão.

É um ser sem jamais ter deixado de estar.

Dançar é gesto próprio, é manifestação do Ser superior do interior de cada um. É sua manifestação sem os falsos pudores e temores, sem as justificativas dos homens.

Não existe saber ou não dançar. Existe sim, o seu jeito, a sua maneira de deixar os outros verem o seu interior.

É um deixar-se vulnerável na "terra" enquanto a sua "alma" vaga por lugares jamais imaginados por quem assiste. E quem assiste não percebe mais esta viagem, pois infelizmente hoje, a dança perdeu seu significado maior e seu devido lugar nas experiências pessoais, e tomou uma forma vulgar, triste e desconexa.

Quem sabe um dia retomemos nossas raízes primitivas novamente e respeitemos mais o Ser superior existente em cada um.