Monológo dedicado ao meu copo de vodka.

Conviver não é fácil não. Comigo menos ainda.
Eu que o diga, já que me tolero a alguns poucos anos nesta vida
Que de todas as outras parece ser a mais difícil,
Já que não mais podemos contar com o perdão por conta de nossa ignorância,
(Se bem que... é um direito seu continuar acreditando nas mesmas coisas de sempre, ainda que já possa distinguir a verdade da ilusão)
Já não me permito atuar neste papel, ainda que eu saiba que de muitas coisas ainda sou muito ignorante mesmo.
Mas a consciência da própria ignorância já não é o saber?

Podia começar a chover solução,
Ao invés dos problemas continuarem a cair sobre nossas cabeças.
Há boatos, sempre boatos, de que sou boa nisso...Isso de resolver os problemas. Ah não se esqueça, principalmente boa em resolver o problema dos outros!
Alguém um dia disse que eu podia suportar todo o peso (acho que fui eu, já não lembro, faz muito tempo mesmo)
Se foi outro alguém quem disse, eu passei a acreditar
E se fui eu mesma quem quis me convencer (tenha certeza que eu não acreditava nisso, foi só uma tentativa)
Tudo não saiu exatamente como o esperado.
Tudo continua o mesmo,
A falta de tolerância ante certas atitudes, de terceiros, quartos, quintos e também daqueles que não podem ser enumerados, tão insignificantes deveriam ser....
"Os outros"...
Deveriam mas não são.
Quanta hipocrisia dizer que não nos importamos,
Se na verdade o que fazemos é em parte busca de aceitação.
Disso não dá pra fugir, o que pode ser escolhido é de quem buscamos a aceitação.
E isso deveria tornar as coisas mais fáceis, mas não é o que acontece, já que nunca sabemos responder quem é a pessoa de quem buscamos aceitação.
"Os outros"...
Sempre prontos a emitir opinião sobre tudo, todos ou qualquer coisa.
Sempre acham que sua opinião deve ser respeitada ("sua" neste caso é a opinião deles, porque a sua opinião, essa aí que você que está lendo este post já vai formulando, essa em princípio esta totalmente equivocada para "os outros", a menos que você faça parte dos "outros" a quem acreditem que deva ter sua aceitação conquistada).
"Os outros" acham ainda que o direito a opinião, dá o direito a inconveniência, a passar por cima dos valores alheios

Os outros com quem me importo, não cabem na definição do "tem que":
...tem que ter o cabelo "x";
...tem que vestir-se de maneira "y";
...tem que gostar de coisas tipo "i";
...tem que ser amigo de fulano;
...tem que estar filiado no mesmo partido do beltrano;
...tem que pensar exatamente como o grupo "tal";
...tem que ler os mesmos livros que foram lidos pelo "Dr. SSS", à quem todos respeitam e admiram;
...tem que ter feito uma faculdade;
...e tem que portar-se do mesmo modo que "z"

Parece óbvio? A prática é bem menos fácil que o discurso... Todos "os outros" estão sempre dispostos a encontrar no outro algo que motive o riso por aquilo que julgam ridículo, talvez porque enquanto procuram, acabam por não fixar nunca o olhar no reflexo do copo que seguram e evitam perceber o quanto ridículos e miseráveis são.

Tequila é mesmo pra quem tem estômago!